Os russos não chegarão à ribeira de Cheleiros

(Major-General Carlos Branco, in Jornal Económico, 22/03/2024)

Seria sensato que os europeus não aumentassem os decibéis da retórica, num coro de apoio aos EUA, e percebessem ser tempo para reconciliar e recuperar fórmulas de convivência pacífica, já testadas com sucesso no passado.


Para quem não saiba, a ribeira de Cheleiros situa-se genericamente a sul da vila de Mafra e as suas águas correm no fundo das suas margens alcantiladas. Era aí que, nos meus tempos de tenente na extinta Escola Prática de Infantaria (EPI), o seu batalhão de infantaria detinha as forças do Pacto de Varsóvia que, entretanto, tinham cruzado toda a Europa ocidental e derrotado as forças da NATO por onde passavam. Seriam os valorosos infantes descendentes do Santo Condestável a pôr um ponto final no assunto. Mas estávamos todos cientes de que se tratava de uma situação fictícia para enquadrar um exercício de fogos reais.

Os dirigentes europeus desses tempos, de um e do outro lado da “cortina de ferro”, apostaram na dissuasão, porque sabiam que uma guerra quente entre os dois blocos levaria ao extermínio. Falava-se então na Destruição Mútua Assegurada (MAD, Mutual Assured Destruction), um conceito que parece ter sido esquecido pelos atuais líderes do Velho Continente. Pelo menos, é isso que podemos deduzir do discurso desta nova geração de dirigentes que não viveu o flagelo da guerra.

Foi graças à dissuasão e à MAD, que os dois arqui-inimigos coexistiram pacificamente durante mais de quatro décadas. As grandes potências – EUA e URSS – optaram por se confrontar noutras latitudes, noutros teatros de operações, através de guerras por procuração, afastadas dos seus territórios. Os afegãos, os vietnamitas e outros povos de África saberão certamente do que falo.

Recentemente, surgiu na mente de muitos, por ingenuidade ou mesmo por ignorância, a possibilidade, ou antes, a certeza de que Ucrânia iria derrotar militarmente a Rússia, uma potência nuclear, recorrendo apenas ao patrocínio – financeiro, político, de aconselhamento e armamentista – dos seus promotores, sem que estes tivessem de colocar tropas no terreno, com unidades militares constituídas.

Passados dois anos de guerra, é cada vez mais óbvio o irrealismo dessa fantasia. Não sei o que terá mais de acontecer para perceberem que continuar a armar Kiev, não só não terá consequências estratégicas significativas, como apenas servirá para prolongar a destruição da sociedade ucraniana e o sofrimento de um povo que parece não querer continuar a combater, e que o próprio poder político teme em mobilizar à força.

A cegueira e o preconceito ideológico nunca foram bons conselheiros de quem tem de decidir. Quando se meteram nesta aventura, os europeus deviam estar cientes do historial americano de erros de cálculo estratégico.

Avaliação estratégica desastrada

Quando da guerra do Iraque, a França e a Alemanha, os pilares do projeto europeu, distanciaram-se dessa aventura. Agora não tiveram esse discernimento e optaram por engrossar o coro dos apoiantes. Não será necessário recordar o que aconteceu no Vietname, Afeganistão, Iraque e Líbia, entre muitos outros casos. A crença na derrota da Rússia à custa dos ucranianos é mais um caso de avaliação estratégica desastrada.

Frustrada a esperança de derrotar a Rússia, sentimento que começou a desenhar-se com o insucesso militar de Kiev, no outono de 2023, e o consequente aumento da capacidade e dos sucessos militares do Kremlin, tem-se assistido no Ocidente e, em particular, na Europa a uma certa desorientação, à dificuldade em aceitar que apostaram no “cavalo errado”, em reconhecer que as opções tomadas foram equivocadas e que é tempo de arrepiar caminho.

A hipótese de uma vitória russa na Ucrânia – seja lá o que isso for – tida há dois anos como uma tontaria nos areópagos do comentário, ganhou tração no espaço mediático.

Parece, afinal, que as mal preparadas forças russas conseguiram ultrapassar os problemas da falta de granadas e mísseis e, de um momento para o outro, qual fénix renascida, passaram a ser capazes de desafiar militarmente uma comunidade política com mais de 400 milhões de habitantes, que lhe é económica e tecnologicamente superior. O facto desta abordagem ser ridícula, não impediu que esteja a ser repetida à exaustão, procurando convencer a opinião pública da verosimilhança desse absurdo.

O Presidente Macron será, porventura, o expoente máximo do desalento europeu com a provável humilhação estratégica que a Europa poderá vir a sofrer. A tentativa de liderar a resposta a essa afronta coletiva impeliu-o a formar uma coligação fora do quadro da NATO (com a Polónia e os “poderosos” países bálticos) para intervir com tropas na Ucrânia, sabendo de antemão que os EUA não enviarão forças para o terreno e esquecendo-se, provavelmente, das suas debilidades militares.

Em 2011, não fosse a ajuda americana (mísseis, o reabastecimento aéreo, intelligence, etc.) e o ataque à Líbia teria sido um desastre. Para além disso, Paris já entregou 40% da sua artilharia à Ucrânia e não goza de apoio popular para uma tamanha empresa.

A Rússia não terá a iniciativa de invadir o Ocidente. São muitas as razões que explicam esse comportamento. A primeira, prende-se com a incapacidade de, no caso de ser força atacante, derrotar militarmente as forças europeias da NATO, mesmo que estas não tenham o apoio norte-americano.

O Kremlin está ciente dessa realidade. É demasiado óbvio para haver dúvidas. Veja-se a dificuldade da Rússia em derrotar as forças ucranianas, apoiadas pelas forças ocidentais. O Kremlin sabe, por exemplo, as suas vulnerabilidades em matéria de ISR (Intelligence, Surveillance, Reconnaissance), bem patentes no início da guerra, e ainda evidentes passados dois anos.

A Rússia dispõe apenas de 15 AWACS para cobrir todo o seu imenso território, tem limitações de vigilância permanente do Teatro de Operações e na deteção de longo alcance. É evidente a dificuldade em manter uma presença de 24 horas por dia, sete dias por semana, como tem a NATO, na parte ocidental do Mar Negro. A Rússia não tem recursos para manter uma guerra peer-to-peer com a NATO para lá do território ucraniano. Quem afirmar o contrário é ignorante, ou então impostor.

Todas as grandes potências tiveram a tentação de se apoderar da Rússia, ou de parcelas do seu território, para acederem aos seus imensos recursos naturais. Não recuando às invasões anteriores ao séc. XVI, no séc. XVII, a Rússia foi invadida pela Polónia, no séc. XVIII pelos suecos e, no séc. XIX, por Napoleão. Ainda no séc. XIX, tanto a França como os Britânicos combateram a Rússia na guerra da Crimeia. Não há memória de a Rússia ter reciprocado estas ações instigando, por exemplo, rebeliões na Córsega.

No séc. XX, a Rússia foi invadida pelos japoneses em dois momentos diferentes e, durante a guerra civil (1917-1920), por uma coligação internacional, na qual até participou um contingente norte-americano de 17 mil soldados.

O projeto da Casa Branca não é novo

O projeto norte-americano de remover o regime em Moscovo e substituí-lo por alguém mais próximo dos seus interesses, submisso à Casa Branca, como disse Victoria Nuland, um parceiro como queríamos, “um parceiro ocidentalizado e europeu”, não é novo nem original.

Franceses e britânicos tiveram a mesma ideia no final da Primeira Guerra Mundial, por motivos muito semelhantes aos dos norte-americanos. Também eles tinham como objetivo derrubar o regime recém-instalado em Moscovo para ter “vantagem comercial e política”. Segundo o acordo celebrado nessa altura, caberia à França “exercer influência”, eufemisticamente falando, nas zonas da Bessarabia e da Crimeia.

Segundo o “Le Monde”, Macron partilhou com o seu inner circle a intenção de enviar tropas francesas para Odessa, provavelmente para celebrar os 105 anos em que Odessa foi durante cem dias uma província francesa. Gorado o projeto britânico de construir uma base militar naval em Odessa, a França procura agora tomar a dianteira na concretização desse projeto.

A estes sonhos e a estas ambições, terminadas todas do mesmo modo, teremos de adicionar o sonho hitleriano do império de 1000 anos, cuja brutalidade da operação militar deixou marcas ainda hoje bem visíveis na sociedade russa.

Só em duas ocasiões na História, as forças russas/soviéticas avançaram para oeste dos rios Oder e Vístula, na sequência das invasões dos exércitos napoleónicos e hitlerianos, em operações de exploração do sucesso, em resposta ao ataque de que foram vítimas. O que motivaria o Kremlin a fazê-lo agora?

Historicamente, a Rússia balanceou-se estrategicamente para a Ásia e não para a Europa. A ausência de um motivo plausível que explique uma alteração estratégica leva-nos a concluir ser uma falácia a inevitabilidade de um ataque russo à Europa, forjado para distrair as atenções da derrota estratégica que se avizinha no horizonte.

Ao contrário dos EUA e de outras potências, que invadiram ou provocaram mudanças de regime em locais não contíguos com os seus territórios, a Rússia atuou militarmente em dois locais – Geórgia e Ucrânia – que lhe são contíguos e nos quais houve anteriormente operações de mudança de regime provocadas por Washington. Curiosamente, foram estes os dois países convidados para aderirem à Aliança na Cimeira de Bucareste, em 2008. Convinha relacionar os acontecimentos e tirar daí ilações.

É tempo de recuperar fórmulas de convivência pacífica

Não é controverso o rearmamento europeu e o reforço da sua preparação militar (Schengen militar, transportes militares, construção de caminhos de ferro e autoestradas, etc.) se for subordinado a uma lógica de dissuasão. É, aliás, necessário, desde que não tenha outro fim em vista. Contudo, não deixa de ser caricato que figuras como Ursula von der Leyen, que colaborou ativamente no enfraquecimento das forças armadas germânicas enquanto ministra da defesa (2009-2014), vir agora liderar o coro dos belicistas. Dá que pensar.

Antes de escalarem o conflito para patamares insustentáveis, os altos dignitários europeus devem considerar no seu processo de decisão: que os EUA não enviarão tropas para a Ucrânia, tendo os europeus de contar apenas consigo próprios; que o conceito MAD continua válido e a Rússia tem vantagem em matéria de armamento nuclear estratégico; que a Rússia não vai atacar o Ocidente; e que o prolongamento da guerra não vai provocar uma alteração estratégica da situação, mas sim piorar a situação da Ucrânia.

É inaceitável que os “Comunicadores Estratégicos” tenham escolhido como tema de recurso a invasão da Europa pela Rússia, uma vez resolvido o problema ucraniano. Cria ansiedade na população fazendo-a crer que a guerra é inevitável, apesar de não existirem indícios técnicos que o possam sugerir. É uma ação de doutrinamento baseada em premissas falsas, promovido pelos setores mais belicistas, para tornar as populações recetivas a aceitarem um confronto militar indesejado com a Rússia.

Seria, pois, sensato que os europeus não aumentassem os decibéis da retórica, e percebessem ser tempo para reconciliar e recuperar fórmulas de convivência pacífica, já testadas com sucesso no passado.

Afinal, a probabilidade de os russos voltarem a passar o Oder ou o Vístula para Ocidente afigura-se nula. Os mafrenses e os europeus poderão dormir descansados. Os russos não chegarão à Ribeira de Cheleiros.


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15 pensamentos sobre “Os russos não chegarão à ribeira de Cheleiros

  1. Bem,isto de comentar geopolítica não é fácil,porque muitas vezes temos que procura informação certa para não errar-mos…

    E o que é importante é errar o menos possível,pelo menos faço esforços para isso,embora não seja fácil,porque temos o nosso trabalho,etc,etc..

    Todas essas vulgaridades existem apenas para fazer as pessoas porque essa é a imagem que elas têm disso eu não vou querer jogar água limpa mas será hora de tirar o karcher para limpar tudo ou melhor sair e afiar a máquina para encurtar porque toda essa casta tem síndrome de Diógenes ela só acumula lixo!

    Os portugueses que estão cheios de coragem para irem à guerra devem treinar com pesos 8 horas por dia, porque quando se quer enfrentar um urso russo, uma única pata no rosto e o urso derruba-o “xeque-mate”…
    Há uma canção bem conhecida que passo a citar :
    “Quem me dera ser artista…”
    Aceitará ” um pequeno estágio “na frente russa e na lama, para ver com os próprios olhos como realmente vai” de verdade ” …???

    Os americanos já disseram que não enviarão soldados para a Ucrânia. Os países europeus também declararam que não enviarão nenhum pessoal militar. Apenas o presidente francês menciona essa possibilidade.
    Absolutamente nenhum país ocidental quer enviar os seus soldados para a frente oriental. Até a polónia e a roménia, que são vociferantes contra Putin, esperam secretamente a sua vitória. Com efeito, a derrota do regime ucraniano permitiria que os polacos e os romenos eventualmente anexassem territórios ucranianos anteriormente pertencentes aos seus países.

    Mesmo que vários mercenários ocidentais tenham morrido no atoleiro ucraniano, nenhum exército oficial Ocidental sairá de lá.
    Quanto ao exército francês, não obedeceria a uma ordem louca de Macron para ir e lutar ao lado do Zelensky. O grande mudo já desobedeceu recentemente, os generais franceses recusaram-se a intervir no Iémen como o Eliseu queria.

    De qualquer forma, as últimas unidades do exército ucraniano estão atualmente em dificuldades. O fim do regime ultranacionalista em Kiev está próximo…

    A roménia acaba de aceitar a criação da maior base europeia da NATO na fronteira com a Ucrânia (2,7 mil milhões de dólares).
    Enquanto o Presidente Romeno apresenta sua candidatura para suceder Stoltenberg.
    O jornalista no final de sua entrevista com Macron disse que Putin continua a propor um cessar-fogo, que Macron (e as autoridades) recusam.
    De certeza de que os ocidentais não estão à procura de paz…
    Os líderes cometeram tantos erros de julgamento que é sem custo que a poeira assenta e que eles são responsabilizados.

    As sanções da União Europeia contra a Rússia, as tentativas de isolar este país, de desestabilizar o seu governo e o conflito em curso… Todas as medidas tomadas pela UE contra a Rússia acabam por reforçá-la e enfraquecer a própria UE. O confisco de bens não será excepção a esta regra.

    Alguém advertiu os nossos líderes nacionais e europeus de que disponibilizar activos russos congelados aos ucranianos equivale a enviar uma mensagem à China de que os seus activos poderiam um dia acabar por ser propriedade de Taiwan, aos indianos de que os seus activos poderiam acabar com os paquistaneses, etc … o que levará esses países a se livrarem maciçamente de seus títulos ocidentais e se recusarem a comprar produtos ocidentais em troca de títulos … agora, endividados como estamos, só temos isso para financiar os nossos estados!!! Tudo isto irá colapsar a confiança no euro e, por conseguinte, o seu próprio valor …. como os pobres estão actualmente a ser despojados da sua única riqueza: o serviço público!!!

    O que estamos a viver é um conflito de civilizações.
    Duas visões completamente opostas sobre a visão do mundo futuro.
    “O vencedor leva tudo, o perdedor perde tudo”.
    Nenhum dos lados pode ceder, vai ser destruidor,a sério
    incessantemente em breve!

    A guerra está a ser travada, pela energia, pela partilha do mundo. A China e os Brics são problemáticos.
    Quebrar os lombos da Rússia, picando os seus satélites, é uma manobra arriscada.
    Os substitutos energéticos que deveriam vir de África são agora fagocitados pelos russos.

    Os dominós cairão um atrás do outro.

    Um ponto que me parece relevante indicar:
    O embaixador ucraniano em Londres é o antigo chefe do Estado-Maior ucraniano.
    Aquele que liderou a guerra até ao início de Março.

    E aí está! A verdade está começando a soar até mesmo da grande mídia. Os hipnotizados na televisão cairão sobre os seus calcanhares à medida que a terrível verdade for revelada. Os “despertos” já conhecem os meandros da guerra na Ucrânia … e muitos outros tópicos explosivos (Covid, injeções, transição energética, óleo abiótico, eleições nos EUA, corrupção Biden, caso Epstein, redes de tráfico de seres humanos, Família Real de Windsor, eleições , operações de bandeira falsa, pedras-Guia da Geórgia, Aliança Terrestre, chapéus brancos, bases subterrâneas secretas, etc.) graças a numerosas fontes de informação…
    Vai chegar o tempo das grandes revelações!

    “A Rússia já está em guerra com os países ocidentais, acredita o General Thierry Burkhard, chefe do Estado-Maior dos Exércitos. Está a travar uma guerra informativa para destruir as nossas sociedades. »
    Le Monde 03/22/2024.

    A guerra é travada principalmente em benefício dos financiadores e da cadeia industrial ligada ao seu funcionamento. A carne humana é apenas um dano colateral.

    A guerra nunca é à toa. Aqueles que o desencadeiam esperam sempre obter algo disso: poder ou dinheiro.

    É como a busca por ouro:
    Não são aqueles que estão na lama à procura de pepitas que estão a ficar mais ricos, são aqueles que vendem pás e picaretas a estes últimos a preços de ouro.

    Temos de nos preocupar, os nossos amigos nem sempre são os nossos amigos e os nossos inimigos nem sempre são os nossos inimigos. Cabe-nos a nós decidir não voltar a ser enganados.

    ,
    Esta manhã, vi passar informação de que os americanos tinham pedido aos ucranianos que parassem com os ataques às refinarias russas. Neste período eleitoral, não passa bem o aumento da gasolina na bomba.
    Quando a realidade alcança a propaganda, ela dá uma imagem do Ocidente decadente.

  2. Arrisco-me a ficar zombie, já que não moro perto do STRIKFORNATO (Naval Striking and Support Forces NATO) em Oeiras, quando elas caírem. Os europeus farão, o que o seu dono ianque permitir, que eles façam. Micron é como todos os outros pigmeus europeus, excepção a Orban e Fico, pequenos títeres. Dos fracos não reza a História, dizia-se. Acontece que os fracos houthis, parece que têm uma mão forte e que se não viraram a mesa, pelo menos varreram as fichas para o chão. Não acompanho o autor na fraqueza russa e na superioridade ocidental. No fim se verá, quem foi quem. Até lá adiem o pagamento de dívidas, comam e bebam.

  3. A Rússia tem certamente refinarias onde os ucranianos não chegam. O problema dos ataques é que assim os ucranianos sao vistos como os terroristas que são.
    Não é só refinarias que são atacadas, é tudo o que aquela gente consegue alcançar. É isso é muito mau para a imagem dos pobres coitados atacados por aqueles malvados russos. Quando um bandido ucraniano consegue furar e lançar um projéctil sobre Belgorod matando uma mulher que passeia o cão, claro que isso também pega mal.
    Quanto a nossa grande superioridade tecnológica eu não punha as maos na água quanto mais no fogo. As nossas armas maravilhosas teem ardido que é uma maravilha na frente de batalha.
    Se a Rússia usasse a estratégia de americanos e israelitas, matando a torto e a direito, nas tintas para quem é civil era provável que a guerra já tivesse acabado.
    O que a Rússia não tem certamente é capital humano que chegue para ocupar uma terra que não lhe interessa para nada.
    Nós não temos recursos, quem os tem são eles e é por isso que tentamos mais uma vez uma expedição de pilhagem desta vez usando os ucranianos armados com as nossas armas maravilhosas. Só não lhes demos armas de longo alcance porque sabíamos que, eles desatariam a atacar áreas civis na Rússia a torto e a direito é ai a Rússia poderia cair nos em cima com os cogumelos cor de laranja.
    Mas também pensamos na eficácia das nossas sancoes, essas sim capazes de lançar a fome na Rússia e consequente mudança de regime para um que se vendesse.
    Eu parecia me a coisa fantasia a mais, porque me parecia que nos estávamos a portar como se fossemos nos a ter os recursos e não eles. Como se eles fossem os semi desérticos Líbia e Iraque, incapazes de alimentar sem importações da Europa as suas populações.
    Quem tinha os recursos eram eles, não nos, por isso teria de haver efeito boomerang e isto tinha de correr mal. E correu.
    Por isso estejam descansados. A Rússia não tem interesse nenhum em chegar a Ribeira de Cheleiros.
    E para que se nos somos tão bons a matar-nos as nossas próprias maos? Basta ver o resultado das eleições do passado dia 10 em Portugal.

  4. E cá me parece que quando começarem, por achar que não fizemos o suficiente para que eles entrassem triunfantes em Moscovo, a culpar nos, vamos ter uns atentadozinhos como os de ontem em Moscovo.
    Porque acredite quem quiser que aquilo foi obra do Estádo Islâmico que nos últimos tempos reivindica qualquer atentado que aconteça.
    A Ucrânia já cometeu atentados terroristas em território russo e também contra populaçoes civis no Donbass. Este foi simplesmente mais parecido com os chechenos do início do Século. E todos sabemos como a cúpula dirigente chechena acabou.
    Os desgraçados que se sacrificaram num ataque suicida até poderão ser árabes ou de qualquer raça asiatica mas que ali houve dedo ucronazi houve de certeza.
    E, por coincidência com o atentado à Rússia tratou de carregar no acelerador o que preocupou muito o nosso Guterres que já não sabe o que diga para ver se os donos disto tudo se esquecem que o homem não alinhou de corpo e alma com Israel.
    Há uns três dias a policia italiana deteve no Metro de Milão um refugiado ucraniano que atacava pessoas ao grito “os nazis estão de volta”. Foram lhe apreendidas armas.
    Parece que estamos bem encaminhados para outro Bataclan.
    Mas como a nossa vida não interessa nada a quem nos governa acharam boa ideia dar armas a gente dessa.

  5. Ai que giro! De acordo com o nosso querido mainstream merdia, os tipos do Hamas que em 7 de Outubro atacaram Israel e mataram uma carrada de israelitas são “terroristas”. Os tipos não sei das quantas que ontem atacaram Moscovo e mataram uma carrada de moscovitas são “homens armados”, “assaltantes”, “atacantes”, etc. Com um pouquinho de vaselina, ainda conseguem regressar ao exemplar e bué de ocidental “freedom fighters”. E, segundo o não menos querido Benevides, da TVI, “este ataque acontece depois das polémicas eleições russas”. Polémicas, topas? Estas subtilezas lexicais deixam-me todo molhadinho! Adoro, adoro, adoro!

  6. O que o mainstream merdia diz deixou de me espantar desde que se disse que o brutal ataque a escola de Beslan era uma prova das grandes fragilidades russas pois que as crianças resgatadas eram todas magras. E eu que pensava que a obesidade infantil era um grave problema de saúde.
    E sou do tempo em que os brutais atentados chechenos eram justificados pelas atrocidades alegadamente cometidas pelos russos na Chechenia.
    So as atrocidades cometidas pelos israelitas há 75 anos e que não justificam nada. Vao para a puta selvagem de Babilónia que os desovou e vão ver se o mar dá choco.

  7. Os nossos políticos, jornalistas e opinadores deviam ter, como o autor deste texto tem, conhecimentos consistentes de historia, geopolítica e filosofia política, ou seja, capacidade de transformar esses conhecimentos em sabedoria. Mas não, são do mais tosco que há, e corremos o risco de nos precipitarem na tao anunciada terceira guerra mundial, depois da qual, a quarta será com recurso a pedras e paus; até porque, se os políticos, jornalistas e opinadores são o que são, o povo em geral é, infelizmente, ignorante e facilmente manipulável. De historia pouco ou nada sabe, ate porque mesmo nas escolas só aprende uma cartilha heroica e uma visão distorcida dos acontecimentos históricos.
    De facto, um mínimo de conhecimento de historia e de bom senso levaria as pessoas a concluírem que não é plausível que os russos tenham a intenção de atacar o Ocidente: possuem terra e recursos suficientes para a sua população; o que não querem, e aí tem todo o meu apoio , é que os chateiem e se apropriem do que por direito histórico lhes pertence. Em contrapartida o império e os seus vassalos europeus temem perder protagonismo e poder e por isso insistem em propósitos belicistas talvez contando com a possibilidade de desestabilizarem internamente a Rússia – este atentado ate parece apontar nesse sentido – mas é uma aposta muito arriscada e perigosa e pessoas sensatas não entram nesse tipo de jogo. Contudo, quem é que disse que ainda há pessoas sensatas no comando dos nosso destino comum; pelo que vejo dos políticos europeus e norte americanos, sem falar de outros, ou são ignorantes ou estúpidos ou dotados de tremenda ma fé ou tudo junto. Desde que um eminente dirigente socialista, atirando poeira para os olhos das pessoa, resumiu a invasão da Ucrânia com um: há um invasor e um invadido … ignorando liminarmente o contexto e o processo histórico, fiquei plenamente esclarecida…

  8. Os nossos políticos, jornalistas e opinadores deviam ter, como o autor deste textos tem, conhecimentos consistentes de história, geopolítica e filosofia política, ou seja, capacidade de transformar esses conhecimentos em sabedoria. Mas não, são do mais tosco que há, e corremos o risco de nos precipitarem na tão anunciada terceira guerra mundial, depois da qual, a quarta será com recurso a pedras e paus; até porque, se os políticos, jornalistas e opinadores são o que são, o povo em geral é, infelizmente, ignorante e facilmente manipulável. De historia pouco ou nada sabe, ate porque mesmo nas escolas só se aprende uma cartilha heroica e uma visão distorcida dos acontecimentos históricos.
    De facto, um mínimo de conhecimento de história, e algum bom senso, levaria as pessoas a concluírem que não é plausível que os russos tenham a intenção de atacar o Ocidente, possuem terra e recursos mais do que suficientes para a sua população, o que não querem, e aí tem todo o meu apoio , é que os chateiem e se apropriem do que por direito histórico lhes pertence. Em contrapartida o império e seus vassalos europeus temem perder protagonismo e poder e por isso insistem em propósitos belicistas talvez contando com a possibilidade de desestabilizarem internamente a Rússia – este atentado ate parece apontar nesse sentido – mas é uma aposta muito arriscada e perigosa e pessoas sensatas não entram nesse tipo de jogo, mas quem é que disse que ainda há pessoas sensatas no comando dos nosso destino comum; pelo que vejo dos políticos europeus e norte americanos, sem falar de outros, ou são ignorantes ou estúpidos ou dotados de tremenda ma fé ou tudo junto. Desde que um eminente dirigente socialista, atirando poeira para os olhos das pessoa, resumiu a invasão da Ucrânia com um : há um invasor e um invadido … ignorando liminarmente o contexto e o processo histórico, fiquei plenamente esclarecida acerca da qualidade e honestidade inteletual dessa gente.

  9. Que haja algum bom senso entre a gente que nos desgoverna e uma esperanca que eu perdi no tempo das pressões desregradas para ir dar vacinas covid. Era impossível que gente letrada e viajada não tivesse a certeza de que uma vacina feita em cima do joelho, com uma tecnologia nunca utilizada em vacinas não tivesse riscos.
    Mesmo assim fizeram de tudo para nos meter um veneno no bucho, cá se lá saber porque.
    Por mim conto com o bom senso do lado russo que ate agora não tem desiludido.
    Claro que a paciência também se esgota. Mas de depender desta gente isto tem tudo para acabar mal.

    • Os “ucranianos” nem deveriam ter chegado à ribeira de Cheleiros.
      Os russos por sua vez, deveriam ter desembarcado no Terreiro do Paço, (a Corja gosta de lhe chamar Praça do Comércio, pudera, até o Ministério do Interior do Rui Patrício agora é uma pousada de luxo e o resto virou Bares da Coxa para ‘camónes’. Para ponde é que hoje, Otelo Saraiva de Carvalho mandaria a EPC, fazer de chamariz às forças do Regime que temos?), desembarcarem no Terreiro do Paço, como fez Salgueiro Maia e devolverem-nos a esperança. Mas nem em 1974 e 75 eles estavam interessados neste Cu do Mundo da Eurásia.

  10. O Rui Patrício teve algo em comum com os supostos atacantes do Estádo Islâmico que actuaram em Moscovo. Uns mijaram se de medo, não sabia que o Estado Islâmico andava a recrutar mariquinhas pé de salsa, o Rui Patricio consta que se cagou. Borrou se mesmo pelas pernas abaixo.
    Realmente a Russia não tem interesse no cu do mundo da Eurasia e já agora nem naquilo que se decidiu chamar Europa. Nós não temos recursos para nada e para que raio queria a Rússia ocupar umas terras sem ponta de corno e ocupadas por uns cada vez mais descamisados com complexos de superioridade.
    O extremo Sul qualquer dia nem agua tem e nos últimos dias as poeiras do Norte de África teem dado a coisa um ambiente de filme de ficção científica. Mais ou menos o cenario do planeta Arrakis, em “Duna”. É mesmo disso que os russos precisam e é mesmo isso que Putin está ansioso por agarrar. Vão ver se o mar dá choco.

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